A pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra que Marina Silva chega à etapa decisiva da campanha - a da propaganda eleitoral no rádio e na TV - com o dobro de intenções de votos em relação ao que tinha, nesta mesma época, na disputa de 2010.
Em um levantamento feito em meio à comoção provocada pela morte de Eduardo Campos, titular da chapa do PSB até quarta-feira, Marina foi a opção preferida de 21% dos entrevistados pelo Datafolha. Ela ficou em situação de empate técnico com o tucano Aécio Neves (20%) e atrás da presidente Dilma Rousseff (36%), candidata à reeleição pelo PT.
Em 2010, Marina tinha, às vésperas do início do horário eleitoral, 10% das intenções de votos, segundo o Datafolha. Dilma, que naquele ano concorreu pela primeira vez, aparecia com 41%, cinco ponto porcentuais a mais que agora. E o então candidato do PSDB, José Serra, tinha 33%, 13 pontos a mais que Aécio atualmente.
Com seus parcos 1min23s de tempo, Marina praticamente não saiu do lugar no primeiro mês da campanha televisiva: em meados de setembro, tinha 11% das preferências. Só cresceu na reta final e teve, no primeiro turno, 17,7% dos votos totais, ou 19,3% dos válidos (excluídos os brancos e nulos).
Agora, Marina terá 2min3s de tempo de exposição no horário eleitoral, 40 segundos a mais que em 2010. Além disso, terá, a cada dia, uma inserção de 30 segundos exibida ao longo da programação normal das emissoras. Dilma, por sua vez, poderá exibir entre cinco a seis inserções diárias.
Disparidade. A campanha de Aécio Neves enfrentará um desafio na televisão: além de chegar a essa etapa da campanha com desempenho inferior ao de Serra nesta mesma época, ele terá o menor tempo de propaganda de um candidato tucano desde que Fernando Henrique Cardoso venceu sua primeira eleição, em 1994.
Serão 4min35s no horário eleitoral fixo e de duas a três inserções de 30 segundos a cada dia para que Aécio tente se mostrar como alternativa de poder. Em 2010, Serra teve 7min18s. Chegou ao segundo turno, mas perdeu para Dilma na rodada final.
A primeira pesquisa feita após a morte de Campos praticamente acaba com o suspense em torno da realização ou não de um segundo turno. Dilma, com seus 36%, tem 11 pontos porcentuais a menos que a soma dos adversários. Para vencer na primeira rodada, seria necessário obter maioria absoluta dos votos.
Em eventual segundo turno, segundo a pesquisa, Dilma venceria Aécio por 47% a 39%. Mas teria apenas 43%, contra 47%, se a disputa fosse com Marina. Isso configura uma situação de empate técnico, mas no limite da margem de erro - em termos estatísticos, o resultado mais provável seria a vitória da agora candidata do PSB.
Se isso acontecer, será uma ruptura em uma tendência: desde as eleições de 1998: quem começa o horário eleitoral na frente acaba vencendo a eleição.
A dúvida despertada pela pesquisa Datafolha é se o resultado de Marina é excepcional, provocado pela súbita exposição midiática que teve após o acidente que mudou de forma abrupta os rumos da sucessão.
"A cautela recomenda esperar ao menos mais duas ou três rodadas de pesquisas para ver se esse cenário se confirma", disse o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP. "O início do horário eleitoral gratuito e a volta da disputa sem o efeito da comoção vão testar os limites de Marina."
Em um levantamento feito em meio à comoção provocada pela morte de Eduardo Campos, titular da chapa do PSB até quarta-feira, Marina foi a opção preferida de 21% dos entrevistados pelo Datafolha. Ela ficou em situação de empate técnico com o tucano Aécio Neves (20%) e atrás da presidente Dilma Rousseff (36%), candidata à reeleição pelo PT.
Em 2010, Marina tinha, às vésperas do início do horário eleitoral, 10% das intenções de votos, segundo o Datafolha. Dilma, que naquele ano concorreu pela primeira vez, aparecia com 41%, cinco ponto porcentuais a mais que agora. E o então candidato do PSDB, José Serra, tinha 33%, 13 pontos a mais que Aécio atualmente.
Com seus parcos 1min23s de tempo, Marina praticamente não saiu do lugar no primeiro mês da campanha televisiva: em meados de setembro, tinha 11% das preferências. Só cresceu na reta final e teve, no primeiro turno, 17,7% dos votos totais, ou 19,3% dos válidos (excluídos os brancos e nulos).
Agora, Marina terá 2min3s de tempo de exposição no horário eleitoral, 40 segundos a mais que em 2010. Além disso, terá, a cada dia, uma inserção de 30 segundos exibida ao longo da programação normal das emissoras. Dilma, por sua vez, poderá exibir entre cinco a seis inserções diárias.
Disparidade. A campanha de Aécio Neves enfrentará um desafio na televisão: além de chegar a essa etapa da campanha com desempenho inferior ao de Serra nesta mesma época, ele terá o menor tempo de propaganda de um candidato tucano desde que Fernando Henrique Cardoso venceu sua primeira eleição, em 1994.
Serão 4min35s no horário eleitoral fixo e de duas a três inserções de 30 segundos a cada dia para que Aécio tente se mostrar como alternativa de poder. Em 2010, Serra teve 7min18s. Chegou ao segundo turno, mas perdeu para Dilma na rodada final.
A primeira pesquisa feita após a morte de Campos praticamente acaba com o suspense em torno da realização ou não de um segundo turno. Dilma, com seus 36%, tem 11 pontos porcentuais a menos que a soma dos adversários. Para vencer na primeira rodada, seria necessário obter maioria absoluta dos votos.
Em eventual segundo turno, segundo a pesquisa, Dilma venceria Aécio por 47% a 39%. Mas teria apenas 43%, contra 47%, se a disputa fosse com Marina. Isso configura uma situação de empate técnico, mas no limite da margem de erro - em termos estatísticos, o resultado mais provável seria a vitória da agora candidata do PSB.
Se isso acontecer, será uma ruptura em uma tendência: desde as eleições de 1998: quem começa o horário eleitoral na frente acaba vencendo a eleição.
A dúvida despertada pela pesquisa Datafolha é se o resultado de Marina é excepcional, provocado pela súbita exposição midiática que teve após o acidente que mudou de forma abrupta os rumos da sucessão.
"A cautela recomenda esperar ao menos mais duas ou três rodadas de pesquisas para ver se esse cenário se confirma", disse o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP. "O início do horário eleitoral gratuito e a volta da disputa sem o efeito da comoção vão testar os limites de Marina."